segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Extraordinariamente (e não necessariamente [mas às vezes] exageradamente) devagar

Em bicos de pés para não darem por mim.
Dou-me e mostro-me aos outros com calma e precaução. Nunca tenho a intenção de me revelar mas manifesto-me. Devagar.
Talvez seja por ser bicho do mato ou talvez não tenha muito para dar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Inábil

Passo pelo tua rua e não consigo deixar de olhar para a tua porta. Passo pela tua rua e nao consigo evitar deitar os olhos pelo chão que pisas ao entrar em casa.
Perguntam-me se quero lá ir e as minhas veias saltam vermelhas e salientes porque sabem que não me és indiferente. Não quero. Não entro, não ligo, não te digo que existo porque, na realidade, tu não queres que o faça e não queres que exista.
Querias-me outra. Querias-me uma outra com dinheiro e estômago para engolir em seco e cuspir mentiras condescendentes que molham o teu ego ainda que vazio porque cheio não merece.

Eu queria-te outra. Eu queria-te capaz de amar.

domingo, 28 de junho de 2009

A minha definição de medo

Desde os 7 anos que abria sorrateiramente o quarto do meu pai para me certificar que respirava.

sábado, 13 de junho de 2009

(67) Sinto-me

Receptiva a toda e qualquer mudança.

terça-feira, 2 de junho de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A razão dos irracionais

As coisas são como são.
O 'porque[...]' raramente faz sentido, ameniza ou conforta. A realidade não muda só porque procuramos as suas razões, só porque sentimos a falsa sensação de segurança ou a verdadeira sensação de insegurança quando as encontramos.
A procura da razão é usada pelos fracos que se recusam a olhar para si sem pena.
As coisas são como são e a vida derrota quem padece de auto-comiseração.

domingo, 24 de maio de 2009

Auto-estima

Às vezes imagino que é tudo mentira.
Nada do que aqui escrevo é verdade. Todas as minhas experiências são irreais e eu sou bizarra por as sentir tão verdadeiras.
Estupidamente, consolo-me com o pensamento de que existem coisas e pessoas piores.
Consolo-me com a certeza de que, apesar da realidade que aqui vos deixo, a minha privacidade continua minha, seja ela boa ou má.
Consolo-me por controlar os actuais efeitos das pretéritas experiências.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Epifania

Hoje, a brincar, disseram-me que eu sou tão ruim que nem a minha mãe gosta de mim.
Sim, foi mesmo a brincar e, no entanto, fiquei a pensar se não teriam razão.

Agora que escrevo, fico a pensar quantas pessoas vão ler isto sem terem ideia do que significa. E agora que penso nisso, escrevo na mesma porque pode existir alguma que tenha uma pequena ideia.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

(65) Sinto-me

Não única, apenas perceptível.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Infância

Não tinha ninguém com amor aos livros. A primeira vez que fui a uma biblioteca tinha 12 anos. Fui sozinha mas trouxe para casa as dezenas de heróis que couberam em 5 livros.
Esfolava os joelhos na rua, caía de bicicleta,lia livros e arrumava a casa toda só para ouvir e ver o pai todo babado.
O incentivo pelos livros não existiu. O pai não percebia o porquê do fascínio mas gostava dele. Só tinha 3 enciclopédias em casa e ele também não percebia porque é que nunca as folheava. Odiava-as porque sempre que ia à biblioteca ouvia falar das malditas.
Certo dia arderam. Ardeu o andar da minha infância, arderam as enciclopédias que eu detestava, a maior parte das minhas fotografias de criança e ardeu a Nina, a cadela do coração do meu pai. Ardeu tudo. Antes que ardessem também os irmãos, tirei-os de lá. Saltei do 1º andar com o fumo a escorrer-me pelas costas.


O fascínio permanece e perco-me nas folhas amarelas de um livro antigo. Perco-me nos grandes clássicos da literatura, perco-me na beleza das letras e anseio pela capacidade de lhes dar
a vida que têm nos grandes livros de folhas amarelas.
Hoje tenho edições antigas desses livros e folheio-os com agrado. O fascínio continua. Foi a única coisa em que o fogo não tocou.

sábado, 18 de abril de 2009

(64) Sinto-me

Forçosamente calada.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A trapezista e o lobo

Era uma trapezista destemida e queria ser capaz de tudo.
Num ápice! Era tão rápida a levantar-se que nunca ninguém a viu cair.

[...]

Certo dia, deu tamanho trambolhão que só queria ter alguém que a ajudasse a levantar.
Acabou por não ver nenhuma mão estendida porque nunca ninguém pensou que ela caísse.

sexta-feira, 13 de março de 2009

De voyeur e louco todos temos um pouco

Intrigas, provocações, flirts, pérolas, parvoíces, intelectualidade, embirrações, futilidades, segredos.
Tanta coisa pela blogosfera e eu continuo assim, a gostar de estar de longe a ver tudo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Drama

Podia falar de política, de políticos, de críticos, de futebol, de publicidade e de ensino. 
Podia até comparar uma ida à ginecologista com a leitura dos Maias pelos infames seres que detestam a obra. 
Podia dizer tanta coisa que chego a pensar que esta minha auto-censura é boa. Felizmente estou centrada no meu umbigo e hoje só vos quero dizer que detesto a minha auto-censura que nunca actua quando o palco lho suplica e deixa-nos a nós, personagens secundárias, desorientadas como meros figurantes. 
Obrigada.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Reflexão (23)

Brincar e rir a toda a hora também não dói.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Yupi

Dão-me champanhe no trabalho e constato a sua insignificância. A do trabalho, entenda-se. 
Podia pilotar um caça, segurar um bisturi ou até conduzir o 23 da Carris mas não. Desprovida de responsabilidade lá sorvi, retraída, o líquido que tapava timidamente o fundo do meu copo.

Ano Novo

Ainda ando a pensar nos problemas por isso as resoluções vão ter de esperar.