Não falamos há tanto tempo... Refiro-me a falar, falar.
Aquele falar sem filtros, sem rodeios, sem medo de olhar no olho.
Não me lês mas falo contigo, não me ouves mas falo contigo.
Hoje só é diferente por estar aqui a registar.
Tenho de te contar uma coisa. Não sei se isso fará com que seja menos aos teus olhos mas é a verdade.
O facto de não estares por aqui dá-me aquela tranquilidade cobarde para me mostrar menos. É tão mais fácil confessar quando não se sente a desilusão no olhar do outro, não é?
Confesso-me, assim, a ti.
Confesso que recebo imensos elogios mas não sinto nada. Estou dormente ou fria, não sei. Mas não sinto. Nada.
Nada.
Não me conhecem, não me sentem. Não sou o tão pouco que elogiam.
Sou mais. Será que ainda te lembras que sou mais?
E sou tão mais agora. Gostava tanto que visses. Gostava tanto que sentisses na pele a minha maturidade, a minha aprendizagem.
Ainda acredito na integridade das pessoas por tua causa.
És a melhor pessoa que conheci até hoje.
És o meu orgulho pessoal, vais ser sempre.
E se por um acaso ainda me lesses, nem te saberias identificar. Não ias saber que estou a falar de ti.
E sinto-me menos mal por isso. Não quero que saibas que sinto saudades.
Mas sinto. Muitas. E falo contigo sem falar. E falo de ti.
Todos nós temos aquela pessoa que vai ser nossa para sempre, mesmo que não seja.
Tu serás a minha.