segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Porque o seguro morreu de velho

Olha para mim e diz-me a sorrir que me vai fazer um seguro de vida e de saúde. - "Preciso dos nomes dos beneficiários. 
Pode ser uma só pessoa ou mais. 
Se forem mais, pode decidir a percentagem que cada um recebe". 
Olha para mim e fica admirada por não ter a resposta de imediato... As senhoras dos recursos humanos são muito práticas. - [...] - "Ah! A sério? Normalmente as pessoas escolhem os pais... Os seus faleceram?" - "Não." No segundo seguinte penso que a pragmática e o bom-senso nem sempre convivem e sinto pena da senhora. 
A pena aumenta quando percebo que a simplicidade de uns esquecem e desrespeitam a complexidade a que todos os outros têm direito. 
Deixar dinheiro a alguém na hora de morrer deixa-me serena. Deixa-me a pensar que sendo mau, seria um pouco menos mau. 
E esse pequeno menos mau é muito bom.

1 comentário:

Sr. Jeremias disse...

Nem nunca tinha pensado nisso, mas tendo em conta que vamos morrer todos mais dia menos dia a ideia de deixar alguém melhor não soa mal de todo. A ver...