sábado, 30 de agosto de 2008

Fotografia

Deixem-me aqui a saborear cada momento, a degustar cada atitude e a sentir cada entrada como se de um prato principal se tratasse.
Está-se bem aqui. A piscina convida à permanência e o sol à continuidade. A gaivota surpreende, a companhia diverte-se com essa surpresa e eu divirto-me com o divertimento da companhia. Está tudo bem.
Não façam nada porque a fotografia está com o enquadramento correcto e com a luz bem direccionada. Se fizerem alguma coisa fica desfocada, sem luz, queimada até.
O silêncio inspira a escrita e a paisagem o sentimento.
Uma fotografia assim tão bem tirada é demasido rara para ser queimada. E não vai ser. E isso é bom.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Acontece...

A vida nem sempre corre como queremos.
Aquilo que queremos que aconteça não acontece e o que acontece nunca é da forma como queremos. Aquilo que esperamos que nunca aconteça, às vezes, acontece e temos de conseguir gerir e agradecer as coisas que queremos que aconteçam e acontecem.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

(59) Sinto-me

Equilibrada.

Quero, posso e canto

Queria ter a destreza dela para inventar cantigas com o que ouve e vê. A melodia estranha e desastrada encontra-se com as melhores letras para dar vida a músicas felizes e sem sentido.
Toca instrumentos vários e qualquer jarra serve de guitarra para acompanhar tão talentosa voz.
Queria eu ter a leveza dos seus quase 3 anos. Queria eu tocar e cantar como ela. Queria eu não conseguir dizer os r's e l's e não me importar. Queria eu ter a ingenuidade que nos roubam quando deixamos de ser assim tão crianças.
Quero eu que ela nunca perca a dela.

sábado, 16 de agosto de 2008

Quotidiano

Quando nos toca a nós, dói.
Quando toca mais aos outros do que a nós, continua a doer-nos mais a nós.
Os outros estão longe, aos outros não chegamos até porque não falamos a mesma língua. Os outros não interessam assim tanto. Os outros não nos doem.
É por isto que há um enorme choque com um sequestro no BES e indiferença perante o "conflito"* no Cáucaso.

*Porque o eufemismo fica sempre bem. Não dói tanto.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Piloto-automático

Sou eu que escrevo. Sou eu quando o faço todos os dias, quando a vontade de escrever ou o pensamento que surge passa para o papel.
Esta que não pode, que não consegue e cuja vida não o permite... não sou eu. Esta que não tem tempo para fazer aquilo que gosta não sou eu.
Sou eu nos 2 minutos em que escrevo este post. Deixo de o ser assim que o termino. Deixo de o ser assim que saio de um mundo que é meu e passo a ficar no que me obrigam.
Devia escrever horas a fio. Mas eu sou esta a quem a vida não lhe permite.
Aqui sou apenas uma emigrante que, como bom filho, à terra volta.

Serei eu. Não hoje nem amanhã, mas voltarei a sê-lo e não a visitar-me.