quarta-feira, 30 de abril de 2008

Impacto

Surte maior efeito. Sente-se mais, importamo-nos mais e indignamo-nos mais porque nos dói.
"Odeio-te" escancara o fracasso de um e a libertação do outro. "Odeio-te" é dito mais alto e com mais fervor.
"Odeio-te" é libertador e indicador do que somos, do que sentimos e do que recebemos. Um "odeio-te" nunca é dito se não for sentido. "Odeio-te" é sempre verdade mesmo que passe no instante a seguir. "Odeio-te" é um pedido de ajuda e uma súplica ao entendimento. O "odeio-te" não se diz, deixa-se escapar.

"Odeio-te" é um grito de raiva, um desabafo sincero, um ferimento certeiro. A dor toca-nos mais do que o amor.
"Odeio-te" dói e "amo-te" conforta.

terça-feira, 29 de abril de 2008

(50) Sinto-me

a não sentir.

Sem limites

Não há limites para a mágoa. 
Podemos sempre magoar mais um bocadinho. 

Quando pensamos que as lágrimas se foram ou que a nossa mesquinhez tirou férias, lá acontece qualquer coisa que nos prova que há sempre mais lágrimas prontas a sair e que a mesquinhez [a nossa e a dos outros] está sempre pronta a causá-las. 

Continuamos a magoar, continuamos a ser magoados e continuamos a pensar que é normal. 

Não é nem nunca foi. E pensar que sim é uma forma de nos magoarmos mais um bocadinho.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O nosso umbigo

A fantasia da vitimização é a saída para quem não lida com o seu próprio fracasso.

domingo, 27 de abril de 2008

O tempo não cura mas ensina

Com o tempo aprendi a ir com calma e a levar as coisas com menos seriedade.

Aprendi a brincar com quase tudo e a irritar-me com quase nada e quase ninguém.

Quase ninguém tem essa importância e quase nada vale a pena.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A piada da semana

Jardim acha que Santana Lopes deverá assumir a liderança do PSD. Segundo ele, Santana é o único com credibilidade para isso.

O saber de quem ignora

Não sei. Não sei e não tenho medo de o afirmar.
Tenho gosto em não saber e sabiamente admito a minha ignorância.
Não sei o que responder quando me perguntam como vou ser ou sequer como sou.

Não me incomoda não saber desde que a predisposição em mudar isso esteja comigo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sobre poesia

Não tento. 
Não me atrevo. 
Isso daria demasiado trabalho quando escrever é, para mim, uma descontracção.

É preciso talento e todos os poemas que tenho lido ultimamente parecem saídos de diários adolescentes.

E eu já não tenho 13 anos.

Frustração

Muito falei, muito escrevi, muito me gabei e muito me diverti... antes do tempo. 

De que me serve a sensação libertadora que me invade ao escrever quando não tenho tempo para pegar numa caneta?

sábado, 19 de abril de 2008

Vingança

Quando nos retiram na infância aquilo a que temos direito, nunca nos contentaremos com o que quer que seja que consigamos em adultos. 

Porque agora depende de nós!

Agora temos mais porque conseguimos fazer mais.

Agora mandamos nós...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Desdém

Não me interessa, não quero saber, não me apetece falar disso, estou-me a marimbar para o sucedido e não podia estar menos preocupada com isso.
Não me afecta, não me beneficia e muito menos prejudica.
Eu, juntamente com outros 3 portugueses, partihamos este sentimento relativamente ao jogo de ontem. Não, ao exagero do futebol em geral.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Bons e pequenos momentos

A livraria que fica ao pé do meu trabalho proporciona-me bons momentos na hora de almoço.
Entro e desapareço entre livros rabiscados, mal escritos ou entre achados literários preciosos que eu gostaria de conseguir identificar imediatamente.
Lá encontro o pastor, o polícia, a menina que queria ser mulher, o inspector, a alma, a infância de todos e de nenhum de nós. Encontro pessoas que não existem e que estão mais vivas do que eu.

O empregado que timidamente me reconhece pergunta o que vou ver hoje. Deve-me achar maluca, claro. Respondo um "a ver vamos" adequado ao epíteto de tresloucada que parece sair no final da sua frase.
A livraria que fica ao pé do meu trabalho proporciona-me bons momentos na hora de almoço e permite-me a loucura de gostar de conhecer pessoas que não existem mas que estão mais vivas que eu.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

#O fim-de-semana é para#

Adorar.

Reflexão (20)

Finalmente cedo e concordo:

A imprevisibilidade e o livre-arbítrio do Homem é aquilo que o torna estúpido.

Concordo discordando

Não consigo sequer aceitar a possibilidade de existir alguém que escolha os seus livros pelo conhecimento que tem acerca da vida do escritor. 

É absurdo. 


Se o escritor pode ser tudo o que pensamos que é, do autor não se pode dizer o mesmo. 

Mantenho-me incrédula. Existem mesmo pessoas a quem o conhecimento biográfico determine a apreciação da obra.

sábado, 12 de abril de 2008

Inverso

Acabamos sempre por acreditar no que não acreditávamos, de dizer o que pensamos ser indizível e ainda conseguimos pensar o que seria inimaginável.

Atingimos coisas que considerávamos utopias e tornamos exequível o impossível. Amamos objectos e desprezamos pessoas. 

Descrevemos sentimentos e sentimos palavras.

Reflexão (19)

A vitória que não é partilhada ou reconhecida não é vitória, é uma não-frustração.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Temos pena

Não tenho pachorra para blogs que vivem das aventuras românticas que [na realidade] não vivem, dos podres dos homens ou das fraquezas da carne. 

Não tenho pachorra para dramatismos e lamentos, supostas desilusões e injustiças amorosas. 

O amor é lixado. Mentalizem-se e vivam com isso!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Cobiça

Desejamos com demasiada força.
Tentamos ser perfeitos a todo o custo porque nunca ouvimos que não é preciso tentar, que não ser perfeito é bom e saudável.
Nunca cultivámos os não-perfeitos. Afinal, a ilusão de que os não-perfeitos são perfeitos alimenta-nos o desejo de os igualarmos e aponta-nos a estupidez de não conseguirmos distinguir a inveja da ambição.
É como o Natal... todos queremos que seja perfeito mas nunca o chega a ser.

(46) Sinto-me

Melhor. Uma pessoa bem melhor.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sorte

é estar a chover e mudar o pneu num parque de estacionamento coberto.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Reciprocidade

Na altivez do seu carrapito, das suas unhas roxas e da sua maquilhagem esborratada dizia que gosta de homens selvagens "daquelas brutos que me tratam mal". Dizia-me que os homens normais não a seduzem e que prefere "os que me atiram contra a parede". Ainda contou que gosta de dar nas vistas e que, quando vai a uma discoteca, gosta de se roçar nas amigas para provocar os homens.

Na altivez do meu optimismo e da minha ingenuidade, disse-lhe que os Homens normais também não se iriam interessar por ela.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pequenez

Roubei a postura das árvores. Enraizou-se em mim e não estou disposta a abdicar dela.
Imito-as quando tenho forças para isso e rendo-me à sua superioridade quando não o faço.

As árvores vivem poderosas e morrem de pé para que nos lembremos disso.

#O fim-de-semana é para#

passear.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

B-Z

Quando fazemos posts como este é porque não estamos ocupados.
Quando estamos mesmo ocupados a única coisa que podemos fazer relacionado com um blog [e num momento de loucura e distracção] é pensar nele.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Que chatice

Entre as muitas coisas que me ultrapassam está o facto de existirem muitas coisas que me ultrapassam.

"La paliçada" comprovada

Acreditarmos que somos capazes é meio caminho andado para o sermos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Recalcamento

Estamos sempre a pensar no que poderemos fazer para remediar, o que podemos dizer para atenuar a estupidez ou a indelicadeza de antes. 
Somos estúpidos ao ponto de estragar tudo e ainda pensamos que conseguimos resolver a merda que insistentemente fazemos.

A presunção de que as coisas vão acabar por se resolver é um traço de personalidade intrínseca a qualquer um de nós. 
Mas não. Nem sempre resolvemos. 

Nem sempre conseguimos recuperar o que estragámos. 

Talvez sejamos muito burros ao ponto de deitar tudo a perder porque achamos que as coisas vão acabar por se resolver.

Ou provavelmente só estragamos aquilo que estamos dispostos a perder.

Reflexão (18)

Não me conformo com a resignação das pessoas mas nao ajo em conformidade.

Guilty as charge?

Flirts inocentes. 

Todos nós já o fizemos a uma dada altura das nossas vidas e muitos continuam a fazê-lo sempre que podem. 

Sabemos reconhecer um flirt. 

Rimo-nos dos outros, rimo-nos de nós.

Estará o nosso discernimento afectado porque alimentamos um flirt ou será que o negamos porque afinal um flirt não é assim tão inocente?