quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Detestável mas suportável

Hoje fui de autocarro.
À espera dele num cenário verde, vejo vermelho. O casaco dela sobressai na maior concentração de verde que se pode encontrar em Lisboa. Está sentada na relva e ao seu lado, ou não fosse o dia que é, estava o seu namorado. Longínquos, vejo-os a olharem para o nada. Provavelmente, ela estaria embeiçada a ouvir aquelas parvoíces que, se fossem verdadeiras, já teriam sido ditas. Ele estaria, quase de certeza, a dizer 'La paliçadas' daquelas que me fazem vomitar. Ou então não. Talvez fosse um casal que não diz parvoíces ou até posso acreditar (ingenuamente) que essas parvoíces são ditas diariamente e verdadeiramente sentidas.
Pff...
Continuo sem gostar de andar na rua com ele neste dia. Todos os abraços, todos os olhares e todos os beijos são justificados com "Olha, é dia dos namorados..." quando o correcto seria "amam-se e estão apaixonados".
Vejo todos os beijos como banais e todas as prendas como "tinha de dar alguma coisa".
Prefiro não alinhar nisto.

2 comentários:

FATifer disse...

Recorrer ao lugar comum de dizer que este dia não devia existir porque devia ser todos os dias é quase inevitável – o mesmo se poderá dizer de muitos (senão todos) os dias disto ou daquilo.

Também não sou grande fã deste dia, nunca me disse nada, por isso entendo perfeitamente este teu ponto de vista. O romantismo se autêntico não tem dia…

FATifer

Foi Bom disse...

E tu, ainda continuas apaixonada??? Quem me dera ter sido mosquinha para espreitar esse teu dia, sim sim...