terça-feira, 6 de maio de 2008

Ser e estar

Só nos damos a conhecer quando estamos tão calados que sentimos a ausência dos outros e, por isso, limitamo-nos a ser. 
Sem artífices, sem máscaras, sem gestos planeados, sem intenções, sem vontades ou desesperos, sem fingir ser. 
Conseguir presenciar tal estado de graça é um regalo. 
Admirar alguém que se sente sozinho é um espectáculo maravilhoso. Pode ter um olhar profundo ou estar a tirar macacos do nariz mas vê-lo(a) simplesmente a ser é extraordinário.

2 comentários:

Ana Rita disse...

A não ser que essa tal pessoa que se sinta sozinha sejamos nós próprios, aí já não diria que era magnifico.
Mas concordo, está calada é ela própria, começa a falar pode já não ser.

Liliana Carvalho Lopes disse...

Concordo com a Ana Rita, quando diz que se essa pessoa somos nós já não é tão magnífico.
Mas eu não diria que é por nos sentirmos sós. Diria antes que é por não nos podermos contemplar como os outros fazem.
E concordo contigo... Quando uma pessoa está calada é quando pode revelar mais de si, mesmo sem querer. Pode-se impedir de falar, mas não se pode impedir de proferir palavras silenciosas a partir da sua "concha"...

Beijo**